Uma besteira, nada mais que uma besteira
A informação divulgada pelo radialista Gil Gomes de que a secretária de Saúde, Ledívia Espinheira, mantem em um cargo de confiança no Centro de Especialização Odontológico (Céo) de Ilhéus o próprio irmão, teve repercussão pelas ruas da cidade mas, para variar, foi vista como uma denúncia insignificante no Palácio Paranaguá.
Um traque, talvez. Mais um traque!
A desculpa ouvida nos corredores do palácio era de que o irmão de Ledívia não havia sido nomeado nem por ela nem pelo atual governo e que a iniciativa teria partido do governo anterior.
Poderia ter sido uma desculpa convincente. Mas não é.
Afinal, basta lembrar qual foi o comportamento do atual governo contra os maus - e os bons também - servidores que ocupavam cargos de confiança do governo Newton Lima: todos exonerados, muitos perseguidos, a maioria sem sequer receber o que lhes era devido.
Então por que este privilégio ao irmão da secretária? Por que creditar ao velho governo um tratamento que nasceu no atual governo?
O Blog do Gusmão lembra, também, o comportamento da própria Ledívia diante de algumas indicações que não garanham a sua simpatia. Diz o comunicador: Ledívia Espinheira tem sido criteriosa em suas escolhas e nomeações. Recentemente rejeitou um homem de 76 anos indicado pelo vereador Roque do Sesp para ocupar um cargo. Também disse não a um funcionário do município alegando que ele não tem nível superior. O rapaz está no penúltimo semestre do curso de enfermagem e foi apresentado para ocupar uma coordenação. Ledívia joga duro! Às vezes “barra” com indelicadeza. Gestores que agem dessa forma (e todos os outros) não podem nomear parentes. Leia clicando aqui.
O que podemos dizer que já há outros fatos apurados pela imprensa livre e pela oposição na câmara que mostram que, para o atual governo, o que pode ser imoral deve ser visto como natural pelo simples fato de não ser ilegal. E assim vão tocando a gestão.
Fosse outro governo, como seria visto, por exemplo, o fato de uma livraria local vender para um setor do governo cujo diretor financeiro é marido da empresária beneficiada? É ele, portanto, quem vai decidir quando e como pagar à própria esposa. Pode até levar o cheque para casa e entregar na hora do jantar. Leia acessando o Agravo.
E que falar da livraria que um vereador insiste em dizer que não lhe pertence mas vai todos os dias lá, abre o caixa, entra e sai, dá ordens e diz no meio dos amigos que é dele? Noutro governo, seria um produto cítrico que seria "degustado" pelos hoje mandatários da cidade.
E tem mais: se nos últimos dias ganhou repercussão o fato de a empresa de lixo que presta o serviço na cidade ter pouco tempo de existência e quase nenhuma musculatura financeira (pelo menos não tinha), vale lembrar que ela não está sozinha e que outras empresas, ainda mais novas, criadas após a eleição, já estão aptas a vender serviços para o governo por mais de 1 milhão e meio de reais.
E atenção: com menos de quatro meses a tal cooperativa já não funciona mais na sede que consta no seu CNPJ.
Mudou-se.
Mas isso é uma besteira, nada mais que uma besteira.